Amigos,
Sobre
o empresário e os procedimentos de tributação, confirma as palavras de Edmilson
de Ataíde.
Abraço,
Empresário
deve seguir processo tributário do negócio
Em
reuniões periódicas com empresários e clientes percebo cada vez mais que quem
está no comando das empresas está cada vez menos interessado em acompanhar os
processos tributários de seus negócios. Enquanto isto, os órgãos fiscalizadores
estão, há pelo menos uma década, em trabalho constante para informatização de
todo o processo fiscal. O que se viu neste período foi uma massificação do uso
da Nota Fiscal Eletrônica, que é apenas a ponta de um iceberg tecnológico
bem mais abrangente: o Sistema Público de Escrituração Digital. Dentro deste
sistema há ainda a Escrituração Fiscal Digital e a Escrituração Contábil
Digital. Tudo para gerar uma base unificada que ajude no controle da sonegação
com cruzamento de dados que tapa o ralo da falta de informação e o escoamento
de milhões de reais em tributos não pagos. Ou alguém acha que é mágico o
crescimento histórico da arrecadação nos últimos 10 anos que é o dobro do PIB?
A
questão é que o que se vê é espécie de Big Brother da contabilidade. Todos
estão sendo monitorados e é preciso que os dados sejam incluídos nestas etapas
de forma bastante criteriosa. Mais que isto: lá na frente — quero dizer muito
em breve — o empresário que ainda dá de ombros para esta realidade poderá ser
surpreendido com notificações não muito agradáveis de que houve equívocos em
suas declarações e a conta a ser paga não será barata.
Na
visão do empresário, em especial do pequeno e médio empreendedor, toda esta
questão fiscal é burocracia que deve ser tratada exclusivamente por sua
assessoria contábil. No contexto destas alterações fiscais, inúmeras novas
informações devem ser geradas e o empresário simplesmente as ignora. Este é o grande
engano. O empresário precisar tomar as rédeas do que é feito internamente na
hora da emissão dos documentos, estar alinhado com seus colaboradores e, por
fim, afinado com sua assessoria contábil. Ele é sim parte fundamental deste
processo. Afinal, onde se dá a emissão de nota fiscal? Onde se processa
entradas e saídas para fins de controle de estoques? Quem opera recebimentos e
pagamentos bancários? Resposta: dentro da sua empresa!
De
forma bastante resumida, chego a alguns pontos importantes que o empresário
precisa se atentar. E que há uma séria de instituições e até mesmo empresas
especializadas em qualificá-lo para não perder o compasso destes quesitos
básicos:
—
Manter-se informado das linhas gerais do processo: Apesar de não precisar deter
conhecimentos profundos sobre a gestão tributária, o empresário não pode
ignorar totalmente o processo.
— Buscar
uma parceria com sua assessoria contábil: Muitas das informações que o
empresário necessita podem ser obtidas com sua assessoria contábil. Deverá haver
um maior grau de comprometimento entre empresa e contabilidade, com cada um
assumindo compromissos de sua competência. Se sua assessoria não for parceira
nesta hora, avalie a possibilidade de trocá-la, pois este suporte será
necessário.
—
Investir em treinamento da equipe: Muitas informações fiscais serão geradas
dentro da empresa (Nota fiscal eletrônica, estoques, movimentação bancária). Se
o empresário possui colaboradores despreparados no aspecto fiscal e não sabem
nem o que significa SPED, como eles podem ser geradores destas informações?
Portanto, um programa de treinamento será necessário e deverá abranger vários
setores da empresa: compradores, vendedores, estoquistas, faturistas,
financeiro e TI, entre outros.
—
Investir em Sistema ERP ou equivalente: Independentemente do porte da empresa,
não há qualquer possibilidade de atender à demanda fiscal que está sendo
implantada sem o uso de recurso tecnológico. Um sistema informatizado que
compile os dados de compra, venda, estoque, contas a pagar, contas a receber,
fluxo de caixa. É indispensável para gerir as informações solicitadas pelo
fisco. Existe muita empresa gastando demasiadamente com recurso humano para
suprir a falta de um sistema de informática, gerando informações pouco
confiáveis para o fisco.
—
Facilitar a Integração de sistemas e processos:Mantendo uma parceria com sua
assessoria contábil, buscar soluções conjuntas que venham a integrar sistemas,
evitando retrabalho e reduzindo custos para ambos.
—
Ser inteligente no uso das informações geradas: Com uma equipe bem treinada e
com um sistema ERP devidamente alimentado e integrado, o empresário pode tirar
proveito das informações geradas para potencializar e maximizar seus
resultados, cobrando da assessoria contábil informações que vão subsidiar sua
tomada de decisão no que se refere à formação de preços, redução de custos e
avaliação de resultados.
Por
fim, não há mais como o empresário tapar o sol com esta peneira esburacada da
desculpa de que isto não faz parte de suas atribuições. E, lembrando, ele está
atrasado perto do que a tecnologia já evoluiu. Perder mais um dia pode custar
caro daqui poucos anos.
Edmilson
de Ataide sócio da consultoria Contek e integrante do conselho
consultivo do Inapem, grupo de empresas de contabilidade.
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